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O SINERGIA

Almanaque

A sua, a nossa, a dos outros... importante é ter opinião e, também, ler o que outros publicam.

 

É isso que aqui lhe vamos deixando em jeito de almanaque! Confira.

A IMPORTÂNCIA DA FELICIDADE NO TRABALHO (II) [Newsletter MaisEnergia 12.2021]

Na sequência da abordagem feita, no número anterior, sobre a importância da felicidade no trabalho e os vários estudos que a fundamentam, vamos agora abordar o papel das empresas e dos trabalhadores.

Com o firme objetivo de promover a felicidade entre os seus colaboradores há, atualmente, empresas que contam com um ‘Happiness Manager’ (ou ‘Gestor da Felicidade’), um profissional especializado que tem como missão isso mesmo. Mas há coisas mais simples que podem e devem ser feitas pelas empresas nesse sentido. São elas, por exemplo:

Garantir um bom ambiente de trabalho (o ambiente de trabalho é um fator fundamental para promover o bem-estar do colaborador); Fomentar um  conjunto de fatores como a integração, o sentimento de pertença, o desenvolvimento das relações interpessoais, bem como a facilidade de comunicação entre todos); Permitir conciliar a vida profissional com a pessoal (afinal, cada pessoa necessita de dar resposta a muitas outras situações do dia-a-dia, para além do trabalho -  flexibilidade na gestão de férias, na gestão das tarefas, bem como a promoção de horários flexíveis); Reconhecer o desempenho dos trabalhadores (o desempenho dos colaboradores pode ser reconhecido de muitas formas - atribuição de prémios, monetários e outros, é uma forma de valorização e reconhecimento – incluindo o uso de comunicação positiva através de simples frases como “obrigada/o” ou “fizeste um bom trabalho” também); Dar a oportunidade de progredir na carreira  (não se limitando a ascender a cargos hierarquicamente superiores, passa também pela integração em novos projetos e realização de novas tarefas e outros desafios, o que demonstra confiança e quebra a monotonia); Oferecer salários e benefícios vantajosos (o salário é, por norma, um fator de peso para cada trabalhador, não será nunca o mais importante, mas faz uma grande diferença, podendo haver complementos ao salário, fixos ou flexíveis, estrategicamente pensados, revistos e alinhados com os objetivos da empresa e com as expectativas dos trabalhadores).

Independentemente das condições ou benefícios que as organizações proporcionam, para cada trabalhador alcançar a tão desejada felicidade no trabalho, há que considerar alguns pontos essenciais: Ser capaz de refletir (se, por acaso, não se sente realizado dentro da sua função, é importante que faça uma séria reflexão, há questões que, devidamente analisadas, podem fazer toda a diferença - perceba o que mais gosta, quais as suas capacidades, competências e objetivos); Procurar aprender (em qualquer organização e função a desempenhar, é extremamente importante atualizar-se e continuar a aprender; só assim vai conseguir tornar-se realmente bom naquilo que faz); Ter confiança no trabalho (“se eu não acreditar no meu trabalho, quem acreditará?”, para que os outros acreditem no nosso trabalho, precisamos acreditar nele em primeiro); Confiar na organização (não menos importante é a questão da confiança e identificação com a empresa onde trabalha. É importante acreditar na organização onde está integrado, identificar-se com os seus valores, bem como “vestir a camisola”; se for esse o caso, com toda a certeza que se sentirá mais confortável e feliz, caso contrário pode estar na altura de mudar).

É certo que ainda há um longo caminho a percorrer para que esta seja uma realidade comum. Porém, a felicidade no trabalho depende, em suma, de um conjunto de fatores, onde as organizações e os seus trabalhadores têm um importante contributo a dar.

Fonte: Jornal EKONOMISTA (Elsa Santos)

A IMPORTÂNCIA DA FELICIDADE NO TRABALHO (I) [Newsletter MaisEnergia 11.2021]

É possível ser feliz no trabalho, que é “só” aquilo que ocupa a maior parte do seu dia? Claro que sim!

Estudos demonstram a importância da felicidade no trabalho, como base da produtividade e sucesso, de trabalhadores e empresas. A felicidade no trabalho já é um aspeto diferenciador das empresas de maior sucesso. Trabalhadores felizes são mais motivados e produtivos, logo trazem um maior retorno à organização. Assim é o que se verifica. Por isso, as organizações têm de estar atentas a esta realidade que traz ganhos para ambas as partes.

Um pouco por todo o mundo, incluindo Portugal, há estudos sobre a felicidade no trabalho que comprovam isso mesmo e que reconhecem os melhores exemplos.

Atualmente, as organizações que se destacam no mercado usam técnicas de gestão que visam integrar caraterísticas comportamentais para promover a felicidade no trabalho, valorizando o papel da mesma no desenvolvimento humano e organizacional, mesmo em tempos de pandemia.

De uma forma simples, ser feliz no trabalho é fazer algo que gosta, é ter motivação e interesse em realizar bem as suas tarefas e cumprir as metas. Não apenas por uma questão de reconhecimento, mas porque se sente bem, gosta do espaço e das funções. É não sentir que “está em esforço”, contar as horas para ir embora ou os dias para o fim de semana. A felicidade no trabalho tem vindo a ganhar terreno, pela sua valorização por parte de diferentes entidades. E há estudos (p. ex. da Warwick University, do Reino Unido, ou dos americanos da Gallup) que comprovam que tem, realmente, um papel importante na satisfação e desempenho dos trabalhadores, o que se reflete no sucesso da empresa.

Também em Portugal há estudos como o do Instituto Superior de Gestão (ISG) intitulado “A Felicidade no Trabalho: O impacto na gestão das organizações” concluiu que mais de metade (50%) dos inquiridos é feliz na atividade profissional. No que respeita à felicidade na organização em que trabalha, aí a população investigada afirma ser “moderadamente feliz”.

Um dos objetivos do estudo era verificar se uma maior felicidade no trabalho corresponde a uma maior motivação, satisfação e performance do colaborador no ambiente organizacional. Na opinião dos inquiridos, na maioria das situações, isso acontece. Uma outra conclusão interessante desta análise prende-se com o facto de não ser o salário o fator mais importante no índice de felicidade de um colaborador. E porquê? Mais dinheiro traz, muitas vezes, mais responsabilidades, o que nem sempre é positivo. Este é apenas um entre muitos estudos desenvolvidos nos últimos anos sobre o tema.

Outro, com relevância, é a parceria entre Universidades em Portugal e Espanha, Revista Exame, APG e Leo Burnett, que a Horton International Portugal lança desde 2011 o estudo ‘Happiness Works’ que avalia o nível de felicidade das organizações e elege o Top 20 das mais felizes, no nosso país.

Na primeira edição (2011) da análise sobre a felicidade organizacional no nosso país, a qual contou com uma amostra de 810 indivíduos, os resultados mostravam que a grande maioria (83%) dos portugueses se considerava feliz, sendo que 71% deles eram felizes na função que desempenhavam, enquanto que apenas 66% o eram na organização onde trabalhavam.

Entre as diferentes variáveis que contribuíam para um índice mais elevado de felicidade na entidade empregadora, estavam a Organização Sustentável e Inovador, o Envolvimento com as Chefias e Organização, os Objetivos bem definidos e o Equilíbrio Profissão e Vida Pessoal.

Os resultados do ‘Happiness Works 2019’, publicados (como sempre) na Revista Exame, mostraram que dar prioridade ao bem-estar de cada elemento, como parte da estratégia interna, o envolvimento dos colaboradores na vida da empresa, o planeamento em equipa, a flexibilidade de horário, a partilha de ideias e opiniões e a valorização individual são alguns dos aspetos que se destacam entre as empresas nacionais mais felizes.

Fonte: Jornal EKONOMISTA (Elsa Santos)

O POTENCIAL PARA O TELETRABALHO [Newsletter MaisEnergia 10.2021]

As condições mais extremas da pandemia, com o pico no 2º trimestre do ano passado, levaram mais de um milhão de profissionais para casa. Mesmo assim, o potencial para teletrabalho em Portugal não é dos mais elevados a nível europeu (vêr infografia), tendo em conta os novos dados conhecidos e publicados pela Eurofound-Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho e do Centro de Investigação Comum da Comissão Europeia, que servem de base a estas conclusões.

O mercado de trabalho nacional esteve entre os que mais expressivamente subiram para teletrabalho (de 4,8% em 2019 para 13,4% em 2020) e segundo o INE-Instituto Nacional de Estatística na primeira vaga da pandemia 22% ficaram em casa a trabalhar e já este ano (noutro ponto crítico da pandemia) a percentagem atingiu os 21%, bem abaixo do potencial apurado, e dificilmente se voltará à percentagem de 2020.

A tendência de reorganização do trabalho, nesta altura, não parece consolidada. Com o fim da recomendação do teletrabalho a partir do corrente mês de Outubro, entre as grandes empresas poucas abrem o jogo nesta matéria e, em termos de sector energético, apenas a EDP admitiu avançar para um modelo híbrido e rotativo ‘presencial-remoto’ aguardando, contudo, pelo enquadramento da nova legislação do teletrabalho a ser discutido entre os grupos parlamentares, para traçar os próximos passos.

A este propósito, as visões dos partidos sobre o que devem ser as regras do teletrabalho já estiveram mais distantes, sendo ainda incerta que convergência será possível e para quando…

Acrescente-se que o referido modelo híbrido permite aos empregadores não afetar a produtividade (quiçá até melhorá-la) e fazer poupanças, fomentando a manutenção ou elevação dos níveis de teletrabalho, sendo que em sectores com maior falta de mão-de-obra poderá haver maior aproximação aos desejos dos trabalhadores, nomeadamente ao nível de compensações por custos individuais gerados pela nova situação.

A percentagem de portugueses que gostaria de trabalhar alguns dias por semana (ou até todos) em teletrabalho alcança os 67% de acordo (ainda) com a Eurofound.

Fonte: Jornal de Notícias

HÁ TRABALHO QUE PREJUDICA A PRODUTIVIDADE?! [Newsletter MaisEnergia 09.2021]

“Li há dias no artigo da Harvard Business Review (“Collaboration overload is sinking productivity”) que mais de 85% do tempo é gasto em emails, mensagens, chamadas telefónicas e videochamadas, e que, a agravar a situação, as exigências de trabalho colaborativo começam cada vez mais cedo e acabam cada vez mais tarde, no dia.

Ao se estar sempre a querer dar respostas rápidas às solicitações dos colegas, e participar em tantas reuniões e outras interações, esses colaboradores acabam por ajudar a desenvolver uma cultura de “estar sempre ligado”, que tem um efeito de círculo vicioso, em que se eu desvio a minha atenção do que estava a fazer e assim respondo depressa aos meus colegas, eles sentem que devem ter uma atitude de reciprocidade e também ser rápidos a responder às minhas solicitações. Mais relevante se for a chefia que o faz, dando exemplo às suas equipas.

Ora, está estudado que quando as pessoas largam uma tarefa para fazer algo diferente e depois voltam a essa tarefa, têm sempre um “tempo de recuperação” para voltar à tarefa original. Esse tempo é agravado pelo cansaço das pessoas, ou pelo grau de complexidade da tarefa. Ou seja, a falta de foco tem um claro impacto negativo na produtividade. Mas não é só. As pessoas que são mais frequentemente interrompidas sentem que têm maior carga de trabalho (que pode ser real ou não), mais stress, maior frustração e mais pressão de tempo, o que as obriga a um maior esforço, que tem naturalmente impacto na produtividade, mas também no cansaço e na palavra tabu “burn out” (que felizmente já se fala com maior abertura, mas pela infeliz razão de ser mais comum).

Demonstrar aos colaboradores, com dados estatísticos aplicados à empresa, que a falta de foco tem um impacto claro na produtividade acaba por chamar mais a atenção aos mesmos, de erros que eventualmente estarão a cometer na sua gestão de tempo. Em simultâneo, é importante dar formação e ferramentas para que os colaboradores, após estarem cientes da sua menos produtividade resultante do menor foco, conseguirem gerir melhor o seu trabalho. As chefias também deverão estar atentas e tentar mudar a cultura de “estar sempre ligado” dando o exemplo.

Várias ideias práticas têm sido testadas e novas ideias surgirão que poderão servir de ‘benchmark’ para muitas organizações melhorarem o seu desempenho mantendo a colaboração entre os seus quadros.”

Pedro Fontes Falcão, Gestor e Docente Universitário (in Jornal de Negócios)

 

TRAGÉDIA SOCIAL E ECONÓMICA... [Newsletter MaisEnergia 08.2021]

… que pode ser evitada! Toda esta questão é gerada na sequência da decisão de encerrar a atividade de refinação da GALP em Matosinhos. Na altura, lembramos, a Administração da Empresa afirmou que não haveria despedimentos, mas algum tempo depois – no meio de uma “dança de cadeiras” na Administração e uma revolução no modelo de negócio – fez saber que (“apesar dos esforços para encontrar soluções”) não tinha conseguido chegar a acordo com (um pouco mais de) uma centena de trabalhadores e anunciou um despedimento coletivo que está em curso, com efeito para 15 de setembro próximo.

Embora discutível, não queremos (aqui e agora) esgrimir as alegadas razões para o ato de gestão que levou a este cenário dramático para tantas famílias e para a economia local… não, não estamos a exagerar, senão atente-se no trabalho para avaliar os impactos socioeconómicos do fecho do complexo petroquímico desenvolvido pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, a solicitação do Município de Matosinhos.

No relatório do estudo produzido concluiu que o encerramento daquela indústria, quando a GALP desligou a última unidade de produção da refinaria de Matosinhos em 30 de abril, representa perdas de 5% do Produto Interno Bruto em Matosinhos e de 1% na Área Metropolitana do Porto, e traça um "cenário particularmente grave" para a região Norte e para o país, caso não seja dado qualquer destino àquela instalação industrial. Adianta, ainda, que "no cenário de não existirem alternativas para o complexo de refinação da Petrogal, estima-se a perda de 1.600 postos de trabalho em Matosinhos e de 5.000 na Área Metropolitana do Porto".

O estudo sugere a criação de um Centro Tecnológico da Energia e do Mar, a ser constituído por um laboratório para a energia e para o mar, uma incubadora de empresas, hospedaria de laboratórios industriais e um parque de pilotos industriais.

Uma entidade preocupada com a situação, e disponível para ajudar, é a CCDR-Norte que, pela voz do seu Presidente Engº António Cunha, afirmou recentemente que os dados do estudo universitário "convergem com os indicadores e as projeções da CCDR-Norte", reconhecendo que o encerramento da refinaria da Petrogal em Matosinhos "tem impactos locais e metropolitanos expressivos, no plano do emprego e do produto económico, afetando ainda outras atividades e cadeias de valor na região e no país", mas contrapõe que se abre "oportunidades (...) na resolução de um passivo ambiental importante e na valorização socioeconómica, urbana e paisagística de um território privilegiado" no contexto metropolitano e regional. Acrescentou, também, que "É neste sentido que devemos trabalhar, de modo concertado, aproveitando desde logo os apoios do Fundo Europeu de Transição Justa e contribuindo para substituir, em termos mais sustentáveis e estratégicos, as perdas de emprego, atividade e produto económico registadas". Ação precisa-se!

Entretanto, Governo e ministro da tutela mantêm um silêncio sepulcral como se não tivessem qualquer responsabilidade sobre o destino destes trabalhadores – para além de responsabilidades de outro nível, o Estado é um dos acionistas da GALP, com uma participação de 7% através da Parpública.

Fonte: Jornal de Notícias

DIGNIFICAR E VALORIZAR A CPLP [Newsletter MaisEnergia 07.2021]

No corrente mês de Julho (17) a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) celebra 25 anos de existência… mas que existência?

Nunca a CPLP atingiu, ou fez um esforço para tal desiderato, o da concertação de interesses e cooperação em áreas chave como a social e a económica. Porquê? Porque os estados membros não se empenharam suficientemente e, apesar de terem achado a ideia da CPLP interessante, existentes desconfianças e faltas de empenho verdadeiro, deixando-se embalar por umas cimeiras e fotografias de grupo, dificultando a consolidação e sentido produtivo que o projecto merece e precisa! Como laço de união não basta evocar a língua portuguesa…é “apenas” um bom princípio.

Xanana Gusmão, há sete anos, produziu – ao seu estilo – um diagnóstico (infelizmente) sempre actual, que citamos – “Tenhamos a coragem de descer de orgulhos mal disfarçados e de sentimentos latentes de mútua desconfiança. É urgente que se faça uma discussão séria e honesta sobre a participação de cada estado lusófono no plano do desenvolvimento económico sustentável.”

Para além destas condicionantes, a própria CPLP tem derivas pouco recomendadas como foi o caso da admissão no seu seio de um dos ditadores há mais tempo e mais rico do mundo – o famoso Obiang da Guiné Equatorial – a troco de quê?! Por tudo o que é conhecido, é uma vergonha que pertença à CPLP! Nada, mas mesmo nada, abona a seu favor. Nem o tal “mínimo denominador comum” da língua (…o Espanhol é a oficial!).

Porque todos se curvaram (incluindo os dirigentes portugueses, liderados por Luís Amado, mesmo perante a oposição do então Presidente da República) face ao pedido de adesão, num país onde os direitos humanos foram deitados ao lixo?! Um acto inútil e inconveniente.

Se em 2000, quando o SINERGIA liderou a iniciativa de apresentar uma ‘carta social’ (consulte o documento disponível em https://sinergia.pt/pt/formacao-e-cooperacao) à CPLP subscrita pelo Comité Sindical da Energia dos Países de Língua Portuguesa (CSEPLP, formado 4 meses após a própria Comunidade) com o propósito de ser adoptado como instrumento político que estabeleceria “obrigações morais” para assegurar o respeito por direitos sociais básicos relacionados com o mercado de trabalho e correspondentes condições, que deviam ser reflectidos em actos legislativos em cada estado membro, parecia ser possível “sonhar”, no actual estado da Comunidade afigura-se “impossível”.

Se há sector económico em que sinergias podiam ser obtidas e cooperação empresarial seria, com certeza, do interesse de todos os estados membros é o da energia – por exemplo, ao nível da matéria-prima só Portugal e Cabo Verde não têm reservas de petróleo ou gás natural. Potencialidades não faltam.

Também a mobilidade se afigura de extrema importância quer na perspectiva de agilizar processos quer na perspectiva da segurança de cada estado membro. Uma proposta já com 4 anos, esboçada entre Portugal e Cabo Verde, foi agora aprovada e passada a acordo na Cimeira de Luanda e Portugal prepara-se para legislar nesse sentido, na reabertura do novo ano parlamentar. Veremos como todos se comportarão…

A “idade adulta” e a relevância necessária da CPLP só será conquistada com actos!

A INQUISIÇÃO, A CENSURA E O ESTADO [Newsletter MaisEnergia 06.2021]

O Parlamento aprovou-a (a 17 de Maio) sem votos contra e o Presidente promulgou-a – a ‘Carta Portuguesa dos Direitos Humanos na Era Digital’. Citamos e subscrevemos o “Senador” e Sociólogo António Barreto.

“O Estado prepara-se para pagar o funcionamento de uma rede infernal de delação e controlo da liberdade de expressão, supervisão e vigilância, censura a posteriori, enquadrada num esforço estatal de defesa da verdade, da narrativa autêntica e de elevação moral, inédito na democracia. Salazar não faria melhor!

Com excepção de menos de uma dúzia de comentadores, quase ninguém do mundo da política e do jornalismo, da edição e da comunicação, se exprimiu sobre esta lei. Que se passa com os intelectuais, os jornalistas, os académicos, os artistas, os sindicatos, as confederações, os magistrados e as sociedades profissionais tão alheios à aprovação desta lei? Que se passa com 230 deputados portugueses, eleitos pelo povo, que não criticaram o mais grave atentado contra a liberdade de expressão?

Os autores e os que aprovaram esta lei vão ficar na história. Pelas piores razões.”

In Jornal Público de 29-05-2021

O GRANDE BLUFF! [Newsletter MaisEnergia 05.2021]

A Cimeira Social do Porto, no passado dia 7 de Maio, revelou-se um autêntico “bluff”… muitas expectativas criadas pelo Primeiro-Ministro de Portugal em plena presidência da UE e com necessidade de encontrar um “momento alto”, o marketing reinou e do compromisso tornado público (quase) nada acrescentou aos objectivos já elencados em 2017, na cidade de Gotemburgo – 20 princípios consagrados como pilar europeu dos Direitos Sociais para uma “Europa forte, justa, inclusiva e plena de oportunidades”!

É sempre positivo ter na agenda as preocupações sociais, e o facto de terem chamado os parceiros sociais a participar bem como a valorização das questões da contratação colectiva, já terá valido a pena. Não há Europa sem coesão, mas essa coesão só existirá se cada um dos estados membros assumir a implementação desses compromissos.

Assim assumimos aqui o destaque dos seguintes termos do compromisso:

  • mobilizar todos os recursos necessários – investimentos e reformas – para sair da crise económica e social, para melhorar a resiliência da Europa face a futuras crises e para fortalecer a competitividade da economia europeia, apoiada no crescimento sustentável e inclusivo, no trabalho digno e na justiça social, dedicando especial atenção ao empoderamento ambiental, digital e tecnológico dos trabalhadores, das empresas e das instituições, nomeadamente no que diz respeito às pequenas e médias empresas e aos serviços públicos;
  • apoiar a competitividade justa e sustentável no Mercado Interno através de inovação, empregos de qualidade, salários dignos, condições de trabalho adequadas, locais de trabalho e ambientes seguros e saudáveis, tratamento igual e mobilidade justa;
  • adotar medidas para reforçar os sistemas nacionais de proteção social, preservando ao mesmo tempo a sua sustentabilidade, de modo a garantir a todos uma vida digna;
  • reforçar a coesão territorial e social, envolvendo as várias instâncias de governação – europeias, nacionais, regionais e locais –, com enfoque nos setores, grupos e territórios com fragilidades estruturais profundas e sujeitos a transformações rápidas e relevantes, apoiando simultaneamente a consolidação dos serviços e das infraestruturas essenciais;
  • promover o diálogo social autónomo como componente estrutural do Modelo Social Europeu e reforçá-lo aos níveis europeu, nacional, regional, setorial e empresarial, tendo em vista, nomeadamente, garantir um enquadramento que possibilite a negociação coletiva por parte dos Estados-Membros, com os seus vários modelos vigentes;
  • promover a igualdade de género, nomeadamente pondo fim às diferenças salariais entre homens e mulheres e assegurando o direito a salários iguais para trabalhos de valor igual;
  • desenvolver políticas públicas que, nos vários níveis adequados, reforcem a coesão social, lutem contra todas as formas de discriminação, incluindo no mundo do trabalho, e promovam oportunidades iguais para todos, dirigidas nomeadamente às crianças que vivem em risco de pobreza, às pessoas idosas, às pessoas com deficiência, às pessoas migrantes, aos grupos desfavorecidos, às minorias e às pessoas sem abrigo;

• promover o diálogo civil e apoiar as atividades da sociedade civil para a implementação dos princípios do Pilar.

PORTUGAL (MUITO) LONGE DA MÉDIA DA UE [Newsletter MaisEnergia 04.2021]

Foram revelados recentemente, pela Eurostat, dados sobre o ‘Custo do Trabalho’ em 2020, ao nível dos Estados da Zona Euro, e apesar do valor do custo de cada hora de trabalho em Portugal ter subido significativamente, ocorreu de forma “artificial” já que foi por via da pandemia – o número de horas trabalhadas reduziu drasticamente por efeito dos apoios ao emprego e ‘layoff’, reduzindo horários e suspendendo contratos, permitindo elevar o referido Custo do Trabalho em 8,6% (maior subida na UE).

Apesar de tudo Portugal continua (muito) longe da média dos 19 Estados membros da Zona Euro, que em 2020 foi de €32,30. Em Portugal cifrou-se em €15,70. Bem significativo!

Para o cálculo deste ‘Custo do Trabalho’/ /hora suportados pela entidade empregadora, são considerados o salário base, o subsídio de Natal, o subsídio de Férias, o trabalho extraordinário e as contribuições para a Segurança Social (no caso dos funcionários públicos, a Caixa Geral de Aposentações).

Em 2020, o custo do trabalho cresceu na larga maioria dos países da UE, com excepção de Malta, Chipre e Irlanda. As principais subidas foram em Portugal (como já referimos), Hungria, Bulgária e Lituânia.

No top 3 dos ‘Custo do Trabalho’ está a Dinamarca, o Luxemburgo e a Bélgica. Pode verificar outros dados, no grafismo (do jornal Correio da Manhã) que aqui apresentamos, ou no site do Eurostat em https://ec.europa.eu/info/departments/eurostat-european-statistics_pt .

DIGITALIZAÇÃO E SUSTENTABILIDADE [Newsletter MaisEnergia 03.2021]

A digitalização e a sustentabilidade são revoluções que estão em curso, sendo, por isso, desafios incontornáveis em cada sector de actividade económica, implicando profundas fases de transformação. São desafios que estão muito relacionados entre si (transformações realizadas em paralelo permanecendo interdependentes), sendo que a sustentabilidade terá de ser sempre suportada por fundamentos económicos, ambientais e socialmente sustentáveis.

Segundo um recente relatório da ‘Accenture’, as empresas europeias que acelerem uma transição digital e sustentável vão recuperar mais rápido e sair mais fortes da crise pandémica provocada pela COVID-19.

O estudo “The European Double Up: A twin strategy that will strengthen competitiveness”, lançado durante a semana da iniciativa mundial em Davos, indica também que as empresas líderes na transição digital e práticas sustentáveis têm quase três vezes mais probabilidade do que outras empresas concorrentes de serem consideradas “Líderes no Amanhã”, recuperando desta crise de forma mais sólida e ágil.

A sustentabilidade tem ocupado um espaço cada vez mais relevante na agenda de países e empresas. O investimento em sustentabilidade não é moda, mas um pilar estratégico que deve nortear a condução de qualquer negócio.

A digitalização deve servir sempre como uma ferramenta para a promoção da sustentabilidade e alinhada com princípios éticos que garantam a confiança dos utilizadores e o respeito pelos seus valores e direitos, defenderam os intervenientes do painel “Digital democracy with a purpose” (“democracia digital com um propósito”), inserido no primeiro dia da mais recente ‘Web Summit’. Afirmou-se ainda que “O facto de podermos fazer estas coisas agora, desta forma sem esforço, é incrível. Se tivéssemos de enfrentar a situação atual da Covid-19 sem esta ferramenta estaríamos num caos profundo” [referindo-se ao telemóvel – com a banalização dos smartphones, cada pessoa tem um dispositivo de comunicação altamente eficiente ao seu dispor].

É bastante claro que estas duas dimensões principais, a ambiental e a digital, têm de ser combinadas para terem sucesso – o uso de tecnologias digitais promove o cumprimento de objetivos de desenvolvimento sustentável…

Em todo o mundo, as legislações relacionadas com a responsabilidade ambiental têm ficado cada vez mais exigentes. O investimento em soluções digitais que possam reduzir a pegada ambiental da indústria serão cruciais na nova realidade.

NEGOCIAÇÃO COM VIRUS [Newsletter MaisEnergia 02.2021]

O actual contexto pandémico é natural que afecte o clima negocial em sede de contratação colectiva. Há sectores da actividade económica em situação dramática e outros (como o sector energético) nem por isso… Apesar de tudo, na situação actual todos estamos a perder, uns mais outros menos e, nesse sentido, quando é chegada a hora de negociar o mais importante é haver sensibilidade, bom senso e respeito pelas partes envolvidas!

Aqui chegados, é evidente que a negociação para actualização da tabela salarial em 2021 no Grupo EDP está “contaminada”. Se a Comissão Negociadora da Empresa (CN/EDP) não tem condições para começar “tão cedo” não precisava de, em Novembro último, marcar a primeira reunião para Janeiro e passar o mês de Fevereiro no “faz de conta” em total desrespeito pelas estruturas representativas dos trabalhadores – não é só a proposta da EDP que é zero, a produtividade das reuniões são também zero! Estamos a falar de reuniões por video-conferência, porque se fossem presenciais estávamos a falar de custos gerados e tempo gasto em deslocações para nada.

Por outro lado, a conversa do “aumento salarial relevante” do ano passado e a do “parece mal” para o exterior são argumentos da treta, para quem afinal só (?) depois do dia 25 (data de apresentação da nova estratégia ou plano para o próximo quadriénio) diz estar em condições de negociar. Esta forma de uma parte “entreter” a outra, revela uma falta de respeito e de transparência, encarando a negociação como o “jogo do gato e do rato”… e os trabalhadores não merecem isso! Os trabalhadores do sector energético, e neste caso particular os da EDP, disseram sempre presente e de há quase um ano para cá também estiveram na “linha da frente”, mesmo quando em teletrabalho, contribuindo dessa forma para que as empresas fossem das que menos sentiram o efeito da pandemia, prestando um serviço de excelência.

Este tipo de atitude relativamente ao desrespeito pelas estruturas sindicais, não é novidade nos últimos meses, nomeadamente quando se fecham portas à negociação de diversas matérias fazendo de conta que as abrem e anunciando alterações de fundo à forma de prestação de trabalho sem qualquer negociação em sede de ACT (o Presidente do CAE já anunciou na Intranet da EDP que é um dado adquirido que o teletrabalho chegou para ficar e que será de 2 dias por semana com 3 presenciais…!).

Nada disto é sério! O vírus está aí e os trabalhadores vão ter que se empertigar!!!

PROPOSTA SALARIAL 2021 [Newsletter MaisEnergia 01.2021]

Como acontece a cada ano civil, decorrente do previsto nos Instrumentos de Regulação Colectiva (vulgo AE’s e ACT’s), o SINERGIA – nos últimos dias do ano transacto – apresentou às correspondentes Administrações das empresas do sector, onde somos subscritores desse tipo de documentos, a nossa proposta de revisão salarial para 2021. A excepção à regra é a Petrogal/GALP onde foi alcançado um acordo plurianual, estando já aprovado o aumento de 1,3% a processar já no fim deste primeiro mês.

Nesse sentido, e de uma forma global, somos do entender que com a situação atípica que se vive e os impactos económicos que se irão revelar no médio e longo prazo será benéfico criar condições que permitam aos trabalhadores enfrentar um futuro de tremenda instabilidade e degradação no poder de compra. Serão as empresas que poderão, através dos seus trabalhadores, alavancar uma economia que irá ficar debilitada pelos constrangimentos inerentes a uma realidade socioeconómica cuja recuperação levará o seu tempo. Os sinais que as empresas têm dado no passado recente, da melhoria das condições salariais aliadas à sua continuidade progressiva, serão importantes para manter os equilíbrios dos agregados familiares de cada trabalhador.

O SINERGIA continua a ter as empresas do sector como financeiramente saudáveis, pelo que não podem ser alheias ao fator mais importante que detém – o capital humano. As opções nas suas políticas de investimento serão cruciais para os seus clientes, tanto externos como internos, ajudando a criar um clima de coragem para enfrentar o futuro.

Em face deste enquadramento e confrontados com uma situação pandémica cujo final não se vislumbra, o SINERGIA, no âmbito dos acordos em vigor, considerou que existem condições de propor, para negociação, um aumento da tabela salarial e demais matérias de expressão pecuniária, em 2021, no valor de 2,5%, com vista a proteger os trabalhadores da degradação das condições socioeconómicas.

A EDP tem já agendada a primeira reunião para começar a tratar desta matéria, para a tarde do dia 27 de Janeiro. Esperamos que a Empresa continue como (boa) referência… e que outras sigam o exemplo (a REN é já um ‘habitué’)!

COMO ENVELHECEMOS [Newsletter MaisEnergia 12.2020]

Não é tarefa fácil analisar como envelhecem os Portugueses. Portugal é um país envelhecido – em 2019, 22% (2,3 milhões de indivíduos) da população tinha 65 ou mais anos e cerca de 7% 80 anos e mais. Esta realidade resulta da modernização económica e social da sociedade portuguesa. São pessoas que tiveram (e têm) diferentes percursos, estilos de vida, características individuais (escolaridade, rendimentos, percurso profissional) e redes familiares distintas. Não é a mesma coisa envelhecer na cidade ou nas zonas rurais, sozinho ou acompanhado, com diferentes percursos pessoais e socioeconómicos, beneficiando de distintas respostas de saúde e acessibilidades aos equipamentos, serviços, monitorização, espaços públicos, com autonomia ou algum grau de dependência.

Portugal é o terceiro país da Europa com maior percentagem de idosos depois da Itália e da Grécia, e em que o peso dos jovens é mais reduzido (13,8%) ultrapassado apenas pela Itália e Alemanha. Trata-se de uma situação quase inversa ao que se passava em 1960, quando éramos o sexto país com maior percentagem de jovens (29,3%) e o quarto em que a proporção dos maiores de 65 anos era menor (8%).

É necessário melhorar os contextos de envelhecimento, tanto na dimensão individual como territorial. A participação social, dimensão fundamental do envelhecimento activo (vêr quadro), tem sido apontada como uma das fragilidades de um sector alargado da população idosa.

Promover uma vida autónoma e independente significa, também, implementar medidas intersectoriais que melhorem o número de anos de vida saudável, bem-estar psicológico, rendimentos, uso das tecnologias de informação e comunicação, vínculos sociais e redes de apoio, escolaridade, eliminação da desigualdade entre os sexos. Importa, assim, continuar a investir na formação ao longo da vida, também instrumento de promoção da vida independente, participativa, saudável e segura.

Assumir o envelhecimento como o resultado positivo dos progressos do país, nos âmbitos económico, social e de saúde, pressupõe também a integração deste fenómeno nas estratégias de desenvolvimento das regiões e do país, incluindo a população idosa na discussão e elaboração das medidas adequadas à diversidade e contextos que os caracterizam.

Para uma análise detalhada deste estudo recomendamos a leitura da obra que serviu de fonte a este texto, que integra uma extraordinária colecção de dez volumes que fazem uma síntese do País, de quem somos e como somos, a Fundação Francisco Manuel dos Santos em parceria com a PorData (que assinala o seu décimo aniversário), o jornal Público e a RTP, editaram “Os Portugueses” disponível em papel a €1,00 cada, ou em formato digital e gratuito no site da Fundação.

Fonte: “Como Envelhecem os Portugueses” (9) de Maria João Guardado Moreira, edição da FFMS

DE EXTRAORDINÁRIA A ORDINÁRIA... [Newsletter MaisEnergia 11.2020]

A CESE-Contribuição Extraordinária sobre o Sector Energético, nasceu (Lei 83-C/2013) como contribuição extraordinária em 2014 e assim se manterá pelo menos por mais um ano (o oitavo consecutivo), apesar da forte oposição das grandes empresas do sector energético como a EDP, GALP e REN. De acordo com a versão preliminar do Orçamento do Estado, 2021 não será ainda o ano que marca o fim da CESE.

A CESE tem como principal objetivo “financiar mecanismos que promovam a sustentabilidade sistémica do sector energético, através da constituição de um fundo que visa contribuir para a redução da dívida tarifária e para o financiamento de políticas sociais e ambientais do sector energético”. A taxa da CESE é de 0,85% e incide sobre: ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis, com exceção dos elementos da propriedade industrial e activos financeiros afectos a concessões ou a atividades licenciadas. À boa maneira portuguesa, acresce dizer que só no ano passado as verbas foram canalizadas para este efeito!

Entretanto, já este ano, a lei foi alterada numa medida que prevê que empreendimentos com capacidade até 20 megawatts (MW) não sejam abrangidos pela CESE, anunciando-se mais alterações no sentido de “aliviar” o peso financeiro da taxa.

A CESE não é considerada um gasto dedutível em sede de IRC e, felizmente, não pode ser descontada nas tarifas cobradas aos consumidores de eletricidade.

Ao contrário da EDP, a REN e a GALP não pretendem dar tréguas à luta que têm travado com o Governo sobre a CESE.

A REN já confirmou ter avançado com nova acção judicial, em Outubro último, a contestar o pagamento relativo ao exercício de 2019 conforme procedimento que vem fazendo desde 2014 (ano da criação da taxa), apesar de todos os anos entregar ao Estado cerca de 25 milhões de euros.

Já a GALP apesar de “não comentar processos em curso” afirmou recentemente que “as disposições legislativas respeitantes à CESE são violadoras da lei, não sendo os montantes em causa exigíveis”. A GALP nunca pagou a taxa acumulando contestações de liquidação que ultrapassam os 270 milhões de euros (mais de 30 milhões/ano) entregando, contudo, garantias bancárias para evitar eventuais penhoras enquanto decorrem os processos judiciais – lembramos que já houve uma decisão (no início do ano passado) que recusava a falta de constitucionalidade alegada pela REN…

Por outro lado, a EDP anunciou recentemente que ia deixar cair os processos relacionados com esta CESE, face à probabilidade de sucesso e respectivos custos associados aos processos judiciais, desistindo da litigância com o Estado. No caso da EDP, esta já pagou (desde 2014) 388 milhões de euros (mais de 60 milhões/ano), apesar da contestação – no ano passado chegou a admitir não desistir das acções apesar de se ter entendido com o Governo. O que terá levado à mudança de estratégia…?

Fontes: Jornais Eco e Negócios

SALÁRIO MÍNIMO EUROPEU? [Newsletter MaisEnergia 10.2020]

O Comissário Europeu do Emprego, o luxemburguês Nicolas Schmit, defendeu há dias que a ideia de um salário mínimo europeu é decisiva para uma concorrência justa na Europa - “É bom para as pessoas, porque os salários mínimos devem permitir ter uma vida decente, mas também é algo que temos de fazer por uma concorrência justa na Europa. Não podemos basear a concorrência no dumping salarial e em baixos salários, não é o caminho certo” e acrescentou “Vivemos um período de modernização das nossas economias em que a produtividade é decisiva e não são os salários baixos que devem estar no centro da concorrência, são as competências, o investimento em tecnologia, em conhecimento e em produtividade”, afirmou por ocasião de uma conferência no âmbito do processo de consulta sobre o ‘Plano de Ação para o Pilar Europeu dos Direitos Sociais’. O Plano, que deverá ser aprovado numa Cimeira Social a organizar pela presidência portuguesa da União Europeia (UE), em maio de 2021, no Porto, vai incluir “uma proposta importante” da Comissão Europeia que será “uma diretiva sobre um enquadramento para os salários mínimos” na Europa, um passo necessariamente intermédio no sentido de uma convergência que, quiçá, possa conduzir a um salário mínimo europeu… será possível?

A iniciativa da Comissão não visa definir valores para os salários mínimos, mas indicadores, critérios e objetivos que assegurem uma qualidade de vida decente aos trabalhadores, compatível com o padrão de vida do país onde exercem a sua atividade.

Também o Presidente do Parlamento Europeu destacou esta quarta-feira a “proposta muito importante” de um salário mínimo em toda a União Europeia, avançada pela presidente da Comissão Europeia no seu discurso do Estado da União, proferido no hemiciclo de Bruxelas. De acordo com dados publicados em dezembro passado pela Comissão Europeia, as variações entre os salários mínimos praticados na Europa continuam a ser vincadas, oscilando entre o menor na Bulgária e o maior no Luxemburgo. O salário mínimo em Portugal aumentou em 1 de janeiro deste ano para os 635 euros que, ajustado tendo em conta os 14 meses, equivale a um salário de 740 euros em 12 meses (valor encontrado para permitir a comparação). Seis Estados-membros da UE não têm salário mínimo: Áustria, Chipre, Dinamarca, Finlândia, Itália e Suécia.

Fonte: jornais i e ECO

PARQUE EÓLICO FLUTUANTE [Newsletter MaisEnergia 10.2020]

O primeiro parque eólico flutuante da Europa, a 20 quilómetros de Viana do Castelo, começou a gerar energia e vai abastecer, por ano, o equivalente a cerca de 60 mil consumidores, poupando quase 1,1 milhões de toneladas de CO2, foi divulgado nas últimas semanas.

A EDP adiantou, em comunicado, que o ‘WindFloat Atlantic’ “já está plenamente operacional e a fornecer energia limpa à rede elétrica de Portugal, depois de ter sido realizada com sucesso a ligação da última das três plataformas (torres com 30 metros) ao cabo de alimentação que percorre os 20 quilómetros de distância que separam o parque eólico flutuante da estação instalada (a norte) em Viana do Castelo”.

As três plataformas flutuantes foram construídas num trabalho de cooperação ibérica: duas saíram dos estaleiros de Setúbal (Portugal) e a terceira dos estaleiros de Avilés e Ferrol (Espanha).

Com a construção do parque eólico flutuante concluída, depois de um deslizamento de prazo de alguns meses, o ‘WindFloat Atlantic’ tem uma capacidade total instalada de 25 Megawatt (MW), é o primeiro parque eólico flutuante semi-submersível do mundo.

O próximo passo da EDP será, agora, apostar em parques flutuantes de larga escala, garantiu fonte da EDPR, como são exemplo os 500 MW anunciados recentemente na Coreia do Sul e os projetos em França em joint-venture com a Engie.

O REFORÇO DO DISPARATE [Newsletter MaisEnergia 09.2020]

O Governo quer impor-nos a tecnologia do hidrogénio. Apesar das suas vantagens (não é toxico, é o elemento mais abundante no universo e tem grande densidade energética) tem também algumas desvantagens, custos de transporte elevados e é altamente reativo. Uma tecnologia nova e pouco testada - e ainda menos adotada pelos países desenvolvidos da Europa. Portugal sempre na crista da despesa e da insegurança... Uma nova PPP???

Contextualizando, desde 2005, com José Sócrates, que se adotou uma política energética assente num pressuposto errado, retirar dinheiro aos contribuintes para dar aos promotores protegidos. Além disso em 2008 foi anunciado pelo governo que a nossa eletricidade ia ficar mais barata. Tal não aconteceu e pelo contrário tornou-se uma das mais caras da Europa, despoletando uma divida tarifária de 3.000 milhões de euros à responsabilidade de todos nós contribuintes.

Agora com o hidrogénio querem voltar a fazer o mesmo. É o reforço do disparate. Como não se resolve o problema da intermitência de uma forma inteligente, por exemplo com interligações com a Europa (o Presidente da França, Macron, esteve em Portugal para  patrocinar com 580 milhões de euros a interligação da França com a Península Ibérica) ou com o reforço da produção da biomassa, volta-se ao mesmo, dar garantia a quem tem potências intermitentes (que podem ou não existir, como é o caso das eólicas e das fotovoltaicas) de poderem bloquear o mercado com sobrecustos enormes. O problema que se coloca é o armazenamento daquele tipo de eletricidade intermitente.

Ora nós temos no pais uma capacidade instalada de 22.000 MW (megawatts) de potência, o nosso consumo máximo são 8.900 MW e por vezes até importamos energia. Para quê esta abordagem do hidrogénio? Apenas porque querem apoiar a produção desse tipo de energia à custa dos consumidores. O que querem fazer com o hidrogénio é uma forma, ainda por dominar, de como armazenar eletricidade intermitente.

Devíamos sim, preocupar-nos em ter soluções eficazes do ponto de vista da emissão de CO2. Por exemplo a Central de Sines, que é a carvão, vai ser desligada não por ser ineficiente (aliás é a mais eficiente em termos de CO2 da Península) mas sim porque a nosso tipo de mercado torna a vida difícil para aquele tipo de Central. Contudo continuamos a importar energia produzida em Centrais a carvão em Marrocos. Ao mesmo tempo em Dortmund na Alemanha vai arrancar uma Central a carvão idêntica à de Sines, mas aqui não há problema porque o mercado é diferente.

Concluindo, deve estudar-se primeiro como reduzir os custos para que os consumidores e as empresas não sejam massacrados, a fim de evitar ter sobrecustos a mais, como temos atualmente no valor de 2.000 milhões de euros anuais.

Fonte: Pedro Nunes, Prof. Univ. IST

PROJECTO PIONEIRO NOS AÇORES [Newsletter MaisEnergia 09.2020]

Desenvolvido em parceria com a GALP, a EDA-Electricidade dos Açores, a Nuvve, a MagnumCap, a DGEG, a Direcção Regional de Energia dos Açores e a ERSE, o projecto piloto “Vehicle-to-Gride” (V2G) actualmmente em curso na ilha de S. Miguel (Açores) é o primeiro a ocorrer em Portugal, com uma escala de nível europeu, a Nissan está a participar com 10 unidades dos seus modelos LEAF e e-NV200, para testar em situação real a tecnologia V2G, que permite aos automóveis eléctricos deixarem de ser apenas “consumidores” de electricidade para poderem fornecer, também, energia à rede eléctrica.

Assente numa lógica descentralizada de fluxos de energia bidireccionais, a tecnologia V2G permite que um automóvel eléctrico carregue a sua bateria ou, em alternativa, que essa mesma bateria seja uma fonte para fornecer energia à rede. Disponível de série nos Nissan Leaf e e-NV200, esta tecnologia permitirá aos utilizadores de automóveis eléctricos o acesso a uma poupança na sua factura de energia e a uma receita associada à prestação de serviços à rede eléctrica, posicionando os utilizadores como agentes activos na prestação de serviços auxiliares ao sistema eléctrico.

Fonte: Revista BlueAuto

DIA MUNDIAL DA BICICLETA - 19 DE ABRIL

O transporte, que a ONU classificou como o mais sustentável do planeta, é 3 vezes mais usado que os automóveis e "invisível" para o ambiente.
Pelo lazer e pela sua saúde, confira as vantagens de umas boas pedaladas!

 

Fonte: Revista SHARE

O QUE PAGAMOS NA FATURA

Quando se afirma que os Portugueses pagam a energia mais cara da Europa, devia dizer-se - isso sim - que pagam a FACTURA DE ENERGIA mais cara da Europa! O que faz muita diferença!

 

Fonte: ERSE / Público

Aceite o desafio! 

Juntos somos mais fortes. Sindicalize-se!